O presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil (Sindepo), Marcelo Portella, gravou um vídeo em que lamentou o ato. “Hoje é um dia muito triste para a Polícia Civil”, disse. “Todas as bandeiras do presidente Jair Bolsonaro, durante a campanha, sinalizavam na valorização das forças policiais. Os policiais, e eu me incluo neles, entendiam que agora, sim, chegaria nossa vez. Nós trabalhamos com pouquíssima segurança jurídica. Ficamos à mercê de interpretações judiciais durante nossa atividade policial que não raramente nos são desfavoráveis”, acrescentou. Como derrota, ele citou a Lei de Abuso de Autoridade, que muitas vezes tolhe o trabalho de delegados, e também a dificuldade em conseguir uma recomposição salarial. “Nós da PCDF estávamos havia 15 anos sem qualquer tipo de recomposição salarial. O governador Ibaneis mandou uma mensagem para o presidente da República autorizando essa tão sonhada recomposição salarial que foi vetada pelo presidente da República. Não nos foi concedida pelo presidente da República”, afirmou. No vídeo distribuído aos colegas, Portella fala diretamente ao presidente: “Os policiais hoje, senhor presidente, estão falidos, estão mentalmente adoecidos”. Ele ressaltou ainda que num momento tão grave de pandemia o Planalto nega assistência à saúde para a classe, quando as demais forças de segurança do DF contam com o benefício. Policiais foram também atingidos com a Reforma da Previdência. “A sensação, senhor presidente, é de que nós fomos abandonados em combate. Portella ressaltou os méritos da classe: “O crime organizado nunca conseguiu se instalar no Distrito Federal”. E concluiu: “Esse veto, fundamentado no interesse público, será muito difícil de ser digerido por todos os policiais integrantes da Polícia Civil”.
Publicado em 07/06/2021