Hoje, 31.01, acordei, tomei café e, ainda na mesa conversando com minha coroa, lembrei-me:
– Caramba, hoje faz 23 anos que me aposentei!
Para minha surpresa, d. Norma, foi logo dizendo:
– Eu também!

Ôxente, estamos velhos! Tempos bons aqueles vivenciados junto ao povão dos diversos pontos do Distrito Federal! A polícia era respeitada! Tínhamos autoridade para decidir sem a interveniência e mando de políticos! Éramos respeitados, sim. Nos dias atuais, Deus meu, cadê a polícia? Bandidos enfrentam e até matam policiais dentro das delegacias! A autoridade policial e seus agentes, ao que se observa, na maioria das vezes diante de tamanha fiscalização do MP, dos órgãos de comunicação e da própria instituição policial, se omitem ao deixarem de tomar determinadas decisões, buscando, sem dúvida alguma, a preservação de seus empregos.

Tudo começou a partir de 1988, com a nova Carta Magna, quando retirou da Autoridade Policial vários poderes de decisão, dentre os quais o de expedir Mandado de Busca e Apreensão. Quando alguém adentrava uma unidade policial e dizia: furtaram o toca-fitas do meu carro, o ladrão adentrou a casa nº 16, da Quadra X, foi o “Gengibre”, peguem ele, não deixem que ele fuja! A polícia saía de imediato e, com o mandado da Autoridade Policial, poderia adentrar a residência onde se encontrava refugiado o autor do fato delituoso. Era assim, amigos! Hoje, não.

Mesmo tomando conhecimento que o autor do fato delituoso se encontra escondido no interior da residência x, sem Ordem Judicial, a polícia não vai prendê-lo e, por conseguinte, não vai apreender o produto do furto. Para agir, a Autoridade Policial terá que peticionar ao Juiz para que expeça Mandado de Busca, que só o fará, depois de ouvir o Ministério Público, providência que demorará, no mínimo, três dias e, às vezes, até uma semana. Pasmem! Cadê a imediaticidade para atender ao público? Pois é, está sendo assim na esfera policial, está sendo assim nas áreas de saúde, transporte e educação. Muita bagunça, muito desmando! Até quando?

Forte abraço do aniversariante, Francisco Feitosa Dias, Delegado de Polícia Especial, aposentado, graças a Deus!