A Delegada de Polícia Civil do Distrito Federal, Viviane da Cunha Bonato, assume a chefia do Gabinete da Delegacia-Geral da PCDF. Esta é a primeira vez que uma mulher é nomeada para um dos postos mais importantes da Instituição. A publicação foi feita nesta quarta-feira (18), após a escolha do atual Delegado-Geral da PCDF, José Werick Carvalho. 

“Chegar a um cargo da alta gestão é uma forma de reconhecimento pelo trabalho e dedicação empenhados à sociedade. Me sinto honrada em dar continuidade à caminhada que vem sendo pavimentada por outras tantas mulheres ao longo da história da PCDF”, destaca a Delegada. 

Natural do Rio de Janeiro, Viviane reside em Brasília há mais de 20 anos. Desde que decidiu cursar Direito na faculdade, sabia que o seu sonho era se tornar Delegada de Polícia Civil. Sua trajetória na instituição começou no ano de 2002, após ser aprovada no concurso público para Escrivã. Mas, seu objetivo principal era o de se tornar Delegada e em 2006, prestou um novo concurso público para a carreira, assumindo o cargo no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).

“Ser Delegada é antes de tudo poder ajudar as pessoas que precisam da atuação do Estado a qualquer hora do dia, buscando sempre agir de forma justa. Aprendemos a conhecer o que há de melhor e de pior nos seres humanos, uma vez que lidamos com vítimas, testemunhas, criminosos, criando habilidades para tomar as decisões de forma rápida e em conformidade com a lei”, afirma.

Como Delegada passou pelas 1ª, 2ª, 3ª e 21ª DPs, esteve como Delegada-Adjunta na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) 1, onde permaneceu entre 2012 e 2014. Retornou à atual Coordenação de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa (CHPP), em 2015, onde foi diretora de divisão por 4 anos. Além disso, Viviane foi Diretora da Mulher na Associação dos Delegados de Polícia do DF (ADEPOL) no biênio 2012-2014. Neste período, após intensa luta, foi sancionada a Lei Complementar (LC) 144/2014, que alterou a LC 51/1985, referente à aposentadoria especial da mulher policial. O texto da nova Lei corrigia uma injustiça e adaptava os prazos de aposentadoria às alterações da Constituição Federal de 1988, que estabeleceu exigências diferenciadas para a aposentadoria de homens e mulheres. Com as novas regras, as policiais poderiam se aposentar após 25 anos de contribuição, desde que tivessem pelo menos 15 anos de efetivo exercício em cargo de natureza policial. Apesar da vitória, a aposentadoria especial foi eximida com a aprovação da última reforma da Previdência (PEC 6), promulgada em novembro de 2019.

Viviane tem uma grande trajetória na Instituição na luta pela representatividade da mulher policial e incentiva que cada vez mais mulheres ocupem cargos de gestão. “Me dirijo especialmente às futuras Escrivãs e Agentes que aguardam ansiosamente o ingresso na PCDF: Se preparem para dar continuidade a esse caminho iniciado por outras tantas mulheres policiais, e aqui vocês encontrarão oportunidade e espaço para também deixarem suas marcas”, ressalta. 

Agora, à frente do novo cargo, Viviane destaca que já existem prioridades definidas para levar à diante na PCDF. “Neste momento, estou me reunindo com a equipe técnica para traçar o cronograma e as diretrizes gerais para o GABDG, na nova gestão. Temos como prioridades a revisão do Planejamento Estratégico institucional e do Plano de Logística Sustentável, alinhados às práticas distritais e federais, além do aprimoramento do programa de integridade e da gestão de riscos da PCDF, dos programas e projetos destinados à modernização e reaparelhamento da atividade policial civil, do fortalecimento da rede de enfrentamento a violência contra a mulher e combate e prevenção aos feminicídios, e do incentivo à participação e representatividade feminina na alta gestão”, finaliza.