CORREIO BRAZILIENSE – As pistas de um crime podem estar escondidas em um mundo microscópico. Nem sempre é a olho nu que agentes da Polícia Civil encontram evidências para acusar o criminoso. Em um trabalho minucioso e científico, policiais cruzam materiais genéticos coletados com exames de DNA e, assim, desvendam autoria de ocorrências, identificam corpos e reconhecem paternidade. Tudo é feito dentro do Instituto de Pesquisa de DNA Forense (IPDNA) com uma equipe de peritos criminais e médicos legistas formada em farmácia, biologia, bioquímica e odontologia.
O trabalho é importante, principalmente em ocorrências que envolvem grandes investigações (Leia Para saber mais). É o caso do assassinato do pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Arlon Fernando da Silva, 29 anos. Nessas ocasiões, quando é possível, peritos coletam vestígios da unha da vítima para tentar identificar se há material genético do criminoso. Em situações de luta corporal, geralmente são encontradas células da pele do bandido em partes do corpo da vítimas como nas unhas.
Outras formas de comprovar a autoria do crime é analisando rastros de materiais biológicos deixados em objetos ou no próprio corpo do suspeito. No caso do latrocínio no centro de Brasília, um adolescente de 14 anos chegou a admitir participação no crime, mas depois voltou atrás. A avó do garoto confessou à polícia que, na madrugada do assassinato, ele chegou em casa, em Ceilândia, sujo de sangue e dizendo que havia feito “uma besteira em Brasília”. Inclusive lavou a roupa, o que não tinha costume de fazer.
Mesmo assim, os peritos colheram materiais genéticos nas vestes do adolescente. O garoto também passou por exames de DNA com raspagem de saliva da bochecha. Todos os resultados e perfil genético são lançados no banco de dados da Polícia Civil. O sistema permite o confronto das características. As informações também são registradas no banco nacional.
Casos de estupro
A partir da coleta do material biológico deixado na vítima ou em objetos, como roupas, policiais realizam o exame genético e também conseguem encontrar estupradores. Quanto mais rápido a mulher procurar a delegacia menor é o tempo para a identificação do suspeito.
Em casos em que não ocorrem o ato consumado, investigadores procuram outras células que ficaram pelo corpo da vítima e coletam todos os vestígios. Em um ambiente restrito, equipados com computadores e máquinas semelhantes às mostradas em séries policiais, como CSI e Law&Order, equipes especializadas fazem a análise do material.
No período de 1999 a 2017, a Polícia Civil detectou 90 estupradores em série que fizeram 254 vítimas no Distrito Federal. Desse total, 58 estão identificados, 32 casos continuam sob investigação.
Do CORREIO BRAZILIENSE
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